02 outubro 2011

Lamentos



















Que feito é de ti,
Porque da minha vida sumiste,
És a razão do meu viver,
A beleza da minha alma,
A razão do meu pensamento,
Ajudas-me a espairecer,
E és meu entretenimento.
Poesia sentimental,
Não me olhes assim,
Olha que a minha vida,
Depende um pouco de ti.
Talvez um pouco cansada,
Já de desabafos tais,
Das mágoas e da natureza,
E do clima ainda mais…


Todo este Universo,
Poluído e enganado,
Cansado de tanta guerra,
Que o deixa estraçalhado.
Esmagado pela fúria,
Do orgulho malvado,
Vê-se como um barco á deriva,
Quando o Mar fica mais bravo…


A ganância é tão grande,
A mesquinhice é perversa,
A soberba é de mais,
E a humanidade não presta,
Este mundo da ilusão,
De tanta maldade a crescer,
Onde a corrupção abunda,
E tanta gente a morrer.

Dos mendigos esquecidos,
Dos trabalhadores explorados,
De tantos mais sem emprego,
E os velhinhos abandonados.
Cada um à mercê,
Desta geração à rasca,
De tanta politiquice,
Cada qual fica sem graça…






O diálogo do Vento
















Um dia o Vento cansado,
de tanto na Terra soprar,
Encostou-se numa praia, pôs a maré secar.
Perguntou então ao mar!
Porque tanto agitava!
Nem pela calada da noite, suas ondas dormitava!
O mar que sem fronteiras,
De rompante interrompia,
Aquele era seu lema, triunfante seguiria.
Indagava com furor,
Aquele a quem o criou,
Quando Deus o mundo fez,
Ao castigo me entregou…
De tanto que já batalhei,
Por vezes até vomito,
Ao engolir a terra quando entro em conflito!
Sou aquele que procuro,
Com que a terra sustentar,
Ao homem eu dou o peixe para a fome saciar!
Além de matérias-primas, de grande valor eu crio,
Entro na vida humana,
Provocando-lhe desafio!..
O vento radiante ouvindo,
Soprando de indignação!
Respondeu com tanta fúria, que também moía o Pão!..
Já chega de tanto valor!
Mas vais consumindo a terra,
Vais-lhe roubando vidas, que gritam e clamam por ela.
Também tenho o meu valor,
Para além de traiçoeiro,
Provoco um vendaval,
Depois fico marralheiro!..
Também tenho minha virtude,
Ao cair da trovoada,
Espalho toda a nuvem quando a terra é agitada.
Desfraldo as velas ao tempo,
De tantas bandeiras içadas,
Passo secando a terra, quando a vejo encharcada.
Por agora já basta!
De tanta justificação,
Vamos ficar amigos, cada um com sua razão!...
Damos o exemplo à terra,
Onde ninguém se entende,
Tantas bolsas a crescer!
Tantos mendigos a aumentar!
Tanto ser humano morre, sem a fome saciar
!…

01 outubro 2011

jardim sentimental






















Ó meu rico mangerico!

Que te dás a cheirar
És um aroma perfeito
Que te podes revelar…

Rosa, és a flor da perfeição
É das mais variadas cores,
Despertas todo o amor,
Num mundo de escuridão…

O cravo, pode ser encarnado
Pode ser branco,
ou qualquer outra cor,
É sempre um símbolo de algo,
Que está sempre ao dispor…

A margarida,
É bela é formosa,
Enfeita qualquer lugar,
Respira lá no altar,
No mais alto pedestal,
Até os defuntos gozam,
Pelas campas enfeitar…

Lírio tens teus encantos,
És uma flor sazonal,
Vens e vais com a primavera,
Só nos resta é esperar…

A dália aparece e floresce,
Encanta-nos com sua veste,
Forma uma roda pomposa,
Como no campo agreste…

O suspiro é tristonho,
Composto por varias cores,
É o símbolo da tristeza,
E de alguns desamores…

O lilás é cor da paixão,
Onde mora a solidão,
Quando uma porta se fecha,
E brota um coração…

O amor-perfeito,
Já a natureza o diz,
É a coisa mais pura,
E não nasce de raiz…

O jasmim, todo ele é campestre,
Residente em zona agreste,
Tem suas virtudes medicinais,
E de aromas terrestres…

Flor-de-lis encantadora
Vives no meu pensamento
És o símbolo de algo,
Que recordo a cada momento…


                                                       

09 março 2011

conversas de cozinha






















A cozinha a conversar, fala com a cozinheira,
Segreda-lhe ao ouvido, não faças nenhuma asneira,
Não salgues o cozinhado, nem o deixes queimar
Olha que quem o come sabe-o apreciar!

A cozinha é vaidosa e está sempre observar,

Deseja estar arrumada, para nela trabalhar,
A higiene a comandar, o cheirinho a voar,
A refeição saborosa, faz a pessoa brilhar.

As delicias da cozinha, enriquecem a gastronomia,

Abrem-nos a o apetite e enchem-nos de energia,
Devemos estar atentos, zelar pela nossa saúde,
Ela merece respeito, cada um que dela cuide!..

A profissão de cozinheira, não desprestigia ninguém,

Pelo contrário dá brio, aos valores que tem,
Ser arrumada e limpa, não ocupa lugar,
É uma das profissões, que devemos estimar.

O fogão e as panelas, não devemos alhear,

Fazem parte do homem, por vezes dão que pensar,
São as delícias da vida, pela qual todos lutamos,
São os bens mais preciosos, que no mundo encontramos.



O rato ótico





















Um ratinho inteligente, que em minha casa entrou,
Serve-se da minha secretária, nunca mais a abandonou,
Salta aqui salta acolá, sobe pra cá e pra lá,
Entra numa caixinha, ninguém sabe que ali está.

Um objecto pequenino, mas de grande valor,

Fura para todo o lado, sem sequer nenhum pudor,
Faz descobertas incríveis e bastante inteligentes,
Ele vive com qualquer um e mexe com tanta gente,

Dentro duma caixinha, ele se vai alojar,

Diz para o seu dono, tenho que trabalhar,
Há um mundo lá fora, pronto a desbravar,
Está à minha espera, tenho que lá entrar.

Ó ratinho carinhoso, em vias de extinção,

Tu fazes-me tanta falta, em certa ocasião!
Não me digas que não! sem ti eu já não sei viver,
Realizas os meus sonhos e ajudas-me escrever.