23 março 2013

Automóvel museu

















O automóvel museu,
que por ambição tencionava,
fazer parte da família,
por pressão ficar em casa...

Deu ralações turbulentas,

parecia até falar,
porque tanto empancava,
e porque estava a incomodar...

Dei asas à imaginação,

e comecei a palpitar,
a inveja é um prato,
que só sabe atrapalhar...

Será que o miserável,

não quer outro em seu lugar?
Por tantos anos de casa,
querer-me assim torturar...

Resolvi o problema,

já de tal indignação,
devolvi-o ao ferro velho,
por despensa e traição... 

                      

A sanita a murmurar

















A sanita a murmurar,
que triste sorte é a minha,
levo com cada traseiro,
esta é a minha sina!

Seja suja ou limpa,

tudo me vai procurar,
quando chega aquela hora,
que não podem retardar.

Barulhentos malfadados,

qualquer seja o cidadão,
todos me olham de lado,
em qualquer ocasião.

Estou sempre à vossa espera,

e até à disposição,
dos vossos atrevimentos,
e da falta de educação.

Ninguém me leva a sério,

todos saem atrevidos,
antes que lhe retrate,
todos e qualquer gemido.

Pestilento  ou perfumada,

nunca me dão sossego,
assim lamento a minha sorte,
porquê este flagelo!

Uns mais gordos, outros magros,

pequenos ou rechonchudos,
quer de noite quer de dia,
são para mim tão maçudos...


09 março 2013

Paredes de vidro


            
















Ai se as paredes falassem, 
tanta coisa elas diriam,
Por vezes coisas lindas,
outras crimes descobriam...
Pecados quem os Não os tem, 
que ás paredes não confesse!
Dos amores pruibidos,
até o chão se compadece...

Paixões, furtos, traições,
todas elas os escondem,
Nas mais profundas raízes,
que as rochas os decompõem...
As rosas dos roseirais,
tantas vezes as revestem,,
Assim ficam camufladas,
dos segredos que conhecem.

Daquelas quatro paredes,
com as telhas nos telhados,
Também reza a tradição,
que há segredos bem guardados,
Daqueles mais cabeludos,
que nem as formigas os sabem!
Faz parte do dia-a-dia,
de imperfeições  intragáveis…

As paredes sorrateiras,
sempre à espera de alguém,
Fecham-se a sete chaves, 
como não haja ninguém,
Esta é a sina delas,
o destino que Deus lhe deu,
Olhar pelo ser humano,
e resguardá-lo de alguém...
As paredes por vezes,
Ornadas de roseirais,
Também  se queixam dos espinhos,
Que as rosas  perfumais…            

Aquilo que já foi meu


              


Flor-de-liz era a mais bela
de cheiro purificador,
Um dia amanheceu algures
com o nome de uma flor,
cantinho pequeno e airoso
perfumado que nem um jardim,
era o nome do meu espaço,
onde não faltava o jasmim!..
pequeno e acolhedor
agradável de visitar,
onde continha perfumes
atraentes de cheirar,
era o meu pequeno espaço
que um dia eu criei,
com simpatia e carinho 
onde o meu pão eu ganhei...
dos meus clientes não esqueço
vejo um a qualquer canto,
lembro ainda o perfume.
Que cada um adorava tanto!..
dos mais variados aromas 
e acabados de chegar,
entrava ali tanta gente
com o intuito de cheirar.
Era lugar de atracção,
do pequeno ao mais idoso
ninguém ficava indiferente, 
queriam ver novidades
das quais reparavam sempre.
Dos Natais que ali passei, 
nunca me vou desfazer!..
Eles estão na minha memória,
ainda ao amanhecer,
conquistei a simpatia
de um sem número de clientes
doçura de cada um deles,
ainda está na minha mente.



dia Do Pai


















Já mais te esqui, já mais te esquecerei,
És uma parte de mim, que comigo guardei,
Hoje é o teu dia, estejas onde estiveres,
Neste dia especial, de ti me lembrei…

Pai, foste o meu ídolo, o meu seguidor,
Transmitiste-me princípios, afecto e amor,
Algo bem importante, que está no meu interior,
Sentimentos bem profundos, em matéria de valor…

Ajudaste-me a crescer, ajudaste-me a viver,
És o bem mais precioso, és símbolo do amor,
És aquele que nunca esqueço, vives no meu coração,
Por muitos anos que passem, és minha recordação…

Os sorrisos que trocamos, as brincadeiras que fizemos,
As vezes que resmungamos, com erros também aprendemos,
Hoje mais que nunca, por ti tenho admiração,
Pelos valores da família, ligada a cada irmão…

Neste dia especial, e por agora me despeço,
Invocando o Santíssimo, que dele estejas bem perto,
Junto com os anjinhos, te fazendo companhia,
A teu lado presente sempre a Virgem Maria…

03 março 2013

A saudade


           



Ó saudade das saudades,
por onde é que andais,
fazeis parte de um passado, 
de quimeras e histórias tais,
saudade de criança,
saudade da infância,
da juventude a passar,
da adolescência deixar,
da escola frequentar,
dos brinquedos ausentar…

Ó saudade de carinhos,
da família e dos vizinhos,
dos bailarinos da praça,
dos moços e seus piropos,
ó saudades do passado,
por vezes abrilhantado,
em respeito e ensinamentos,
de bons e maus momentos,
ó saudades dos prados,
de campinas  primaverais…

Da azáfama a crescer,
dos trigais ancestrais,
dos carros de bois a passar,
do trigo e do centeio o joio a saltitar,
Dos malhos de madeira e utensílios rurais…
Ó saudade infinita,
que em memórias guardais,
de um passado de alegrais, 
algo tristonho matais,
Sem maldades e de formas naturais,
distintas e por vezes ate´famintas,
Sedentos de algo melhor…



O mendigo por destino
















Ao entardecer cai a noite,
vem a tristeza medonha,
do solitário que foge, 
do vazio à escuridão,
do drama e da solidão,
do mendigo assustado,
que da rua faz passado,
das amarguras da vida,
à espera que venha guarida,
mas que tarda em chegar,
começando a desanimar,
vai-se então desleixando,
sua vida apagando,
resta apenas o mendigo...

que passa ate´despercebido,
estendendo a mão por graça,
pedindo esmola a quem passa,
da caridade à desgraça,
do álcool ao trapasseiro,
da lama à solidão,
assim se torna o cidadão,
de um momento de fraqueza,
de um falhanço por destreza,
ou desavença talvez!..
desviando assim o caminho,
que Deus lhe deu por destino até um dia findar…






Esta tarde de inverno











Nesta tarde de outono cinsento e traiçoaeiro,
Caiem salpicos de chuva, ventos e vendavais,
Dão inicio ao inverno, que em frios transformais,
Agasalhos e mantos, os seres humanos carregam,
Lareiras salamandras acesas, telhados a fumegar,
Caiem as neves nas serras, mais altas a transbordar…

Vêm gelos e granizos, nevoeiros e grunhidos,
Os dias curtos e tristonhos, causam algo medonho,
No meio de tanta pobreza, daqueles que não têm vós,
Passam até despercebidos, já nada lhes faz  sentido,
Uns em casa outros na rua, outros palácios testais,
Por acaso esqueceis, que a miséria é demais!!!

 Quando Deus o mundo fez, não deixou desiguais,
Criou a natureza, nela deixou beleza,
Para que fizessem sustento, das mãos que a terra trabalha,
Que todos fossem iguais, sem torres e sem castelos,
Olhassem olhos nos olhos, sem fazer a diferença,
Não haveria maldade, nem violencia a trepar,
Nem mendigos a gritar, nem assaltantes nas ruas,
Roubando vidas humanas, derramando lágrimas sem fim,
Pensando demover alguém. que por acaso nem alma tem…