03 março 2013

A saudade


           



Ó saudade das saudades,
por onde é que andais,
fazeis parte de um passado, 
de quimeras e histórias tais,
saudade de criança,
saudade da infância,
da juventude a passar,
da adolescência deixar,
da escola frequentar,
dos brinquedos ausentar…

Ó saudade de carinhos,
da família e dos vizinhos,
dos bailarinos da praça,
dos moços e seus piropos,
ó saudades do passado,
por vezes abrilhantado,
em respeito e ensinamentos,
de bons e maus momentos,
ó saudades dos prados,
de campinas  primaverais…

Da azáfama a crescer,
dos trigais ancestrais,
dos carros de bois a passar,
do trigo e do centeio o joio a saltitar,
Dos malhos de madeira e utensílios rurais…
Ó saudade infinita,
que em memórias guardais,
de um passado de alegrais, 
algo tristonho matais,
Sem maldades e de formas naturais,
distintas e por vezes ate´famintas,
Sedentos de algo melhor…



O mendigo por destino
















Ao entardecer cai a noite,
vem a tristeza medonha,
do solitário que foge, 
do vazio à escuridão,
do drama e da solidão,
do mendigo assustado,
que da rua faz passado,
das amarguras da vida,
à espera que venha guarida,
mas que tarda em chegar,
começando a desanimar,
vai-se então desleixando,
sua vida apagando,
resta apenas o mendigo...

que passa ate´despercebido,
estendendo a mão por graça,
pedindo esmola a quem passa,
da caridade à desgraça,
do álcool ao trapasseiro,
da lama à solidão,
assim se torna o cidadão,
de um momento de fraqueza,
de um falhanço por destreza,
ou desavença talvez!..
desviando assim o caminho,
que Deus lhe deu por destino até um dia findar…






Esta tarde de inverno











Nesta tarde de outono cinsento e traiçoaeiro,
Caiem salpicos de chuva, ventos e vendavais,
Dão inicio ao inverno, que em frios transformais,
Agasalhos e mantos, os seres humanos carregam,
Lareiras salamandras acesas, telhados a fumegar,
Caiem as neves nas serras, mais altas a transbordar…

Vêm gelos e granizos, nevoeiros e grunhidos,
Os dias curtos e tristonhos, causam algo medonho,
No meio de tanta pobreza, daqueles que não têm vós,
Passam até despercebidos, já nada lhes faz  sentido,
Uns em casa outros na rua, outros palácios testais,
Por acaso esqueceis, que a miséria é demais!!!

 Quando Deus o mundo fez, não deixou desiguais,
Criou a natureza, nela deixou beleza,
Para que fizessem sustento, das mãos que a terra trabalha,
Que todos fossem iguais, sem torres e sem castelos,
Olhassem olhos nos olhos, sem fazer a diferença,
Não haveria maldade, nem violencia a trepar,
Nem mendigos a gritar, nem assaltantes nas ruas,
Roubando vidas humanas, derramando lágrimas sem fim,
Pensando demover alguém. que por acaso nem alma tem…